quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Sobre amor, apego e como quando a gente menos espera as coisas acontecem...

Coloquei a capa desse filme como ilustração dessa postagem porque acho esse filme com o Ashton Kutcher de longe, o mais fofo entre os que já assisti... Se ele passar 15 mil vezes, todas elas eu vou assistir. Quando lerem o texto, vocês vão entender! ;)


"ASSISTIR MUITA COMÉDIA ROMÂNTICA FAZ VER AMOR ONDE NÃO TEM"

Uma vez fui em uma cartomante e a bendita disse que o amor da minha vida já estava na minha vida. Que precisava olhar para os lados. Se eu tivesse lido meu horóscopo do dia, daria na mesma… Só que eu pirei. Comecei a desconfiar até do porteiro.

Comecei a achar que o amor da minha vida era alguém muito nada a ver, fora de qualquer contexto. Tinha lapsos de imaginação, pensando se ele era loiro, moreno, morava no mesmo prédio que eu e gostava de rock progressivo. Vivia em uma cena final de filme vinte e quatro horas por dia. Era um saco. Porque se tem outra coisa que me ensinou a crescer melhor que Biotônico Fontoura, foram as comédias românticas. Quando eu tinha dezoito anos, o Ashton Kutcher era tipo o meu papa.

Um dia, essa busca desenfreada cansou. Eu caí na real: não existe príncipe encantado e não existe Cinderela. Infelizmente, também não conheci nenhum Ashton Kutcher e não sou parecida com a Reese Witherspoon. Quando o tal amor da minha vida chegasse, seria muito diferente do que aprendi em Dez Coisas que Eu Odeio em Você. E ainda mais diferente de toda essa emoção que a cartomante despertou em mim.

Para entender como alguém entraria na minha vida, descobri que essa paixão avassaladora que eu buscava não era amor. Era apego. Existem dois tipos de amor: o apego e o amor genuíno. A diferença entre eles é drástica, só que a gente quase nunca percebe. Jetsunma Tenzin Palmo, uma monja muito sábia por quem eu me apaixonei, fala muito bem sobre isso.

O apego te pede para segurar com força, enquanto o amor pede que você segure com gentileza, deixando as coisas fluírem. É tão difícil entender isso, porque as pessoas pensam que quanto mais elas se agarrem em alguém, mais isso demonstra que elas se importam com o outro. Não é bem assim.
Quanto mais nos agarramos, mais temos medos de perder. Imaginamos que só poderemos ser preenchidos pelo outro. E é isso que causa a dor. Antes de tudo, o preenchimento precisa vir de dentro da gente.

Jetsunma Tenzin ensina algo muito prático que repasso para vocês. O apego diz: “eu gosto de você e por isso quero que você me faça feliz”, enquanto o amor sussura: “eu gosto de você e por isso quero que VOCÊ seja feliz, e se isso me incluir, ótimo”. O amor genuíno que eu apelidei de “amor tranquilo” não chega de repente, ele chega devagar. Ele não vai chegar para te dar susto, e sim para te acalmar.

Hoje eu entendo o que a cartomante e Jetsunma querem dizer. É claro que o grande amor da minha vida já está ao meu lado. O amor da minha vida sou eu. O amor da sua vida também já chegou, e é você. O amor que vier depois disso, virá só para nos completar.


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